Memória da I Reunião de Articulação
Rede de Museologia Social do Rio de Janeiro
Museu da República, 23 de
novembro de 2013.
No
No dia 23 de outubro de 2013, com objetivo de discutir a formação de uma rede de Museologia
Social no Rio de Janeiro, reuniram-se no auditório do Museu da República, na
Rua do Catete, 153, às 16h, Mário Chagas (Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro – UNIRIO e Museu da República – Instituto Brasileiro de Museus -
Ibram), Felipe Silva, Inês Gouveia, Sara Schuabb e Wélcio de Toledo (Programa
Pontos de Memória - Ibram), Lucienne
Figueiredo (Sistema Estadual de Museus do Rio de Janeiro – SIM- RJ), Daniel
Califa (Fundação Cultural Heloísa Alberto Torres), Bruno Senna (AFPF), Fábio Costa, (Museu do Horto), Márcia Nascimento
(Secretaria Municipal de Cultura), Luciana Avelar (Estudante de Mestrado FGV –
CPDOC), Aline Cântia (Abrapalavra), Mirela Araújo ( Museu de Arqueologia de
Itaipu - Ibram), Eduardo Bonito (Espaço Panorama), Raquel Brum (SEASDH- RJ
Territórios da Paz), Luciano Campos (UNIVERSO – Memória de São Gonçalo),
Cláudia Rose Ribeiro (Museu da Maré), Jullyana Costa (Ecomuseu Nega Vilma),
Paulo Pedro da Silva (Museu Vivo de São Bento), Luiza Cristina Barbosa (Centro
Cultural Cartola), Rondelly Soares (Centro Cultural Cartola), Neder da Silva (SEASDH-
RJ Territórios da Paz), Fabrízia do Amaral (SEASDH- RJ Territórios da Paz),
Sidney Tartaruga (Museu da Favela), Thiago Leite (Ecomuseu Nega Vilma), Ricardo
Lima (Ecomuseu de Ilha Grande – UERJ), Emerson de Souza (Museu Comunitário do
Horto Florestal), Nathercia Lacerda
(Museu Comunitário do Horto Florestal), Wellinton Lyra (Jesus), Secretaria de
Cultura de Cachoeiras de Macacu, Del Delambre (Ecomuseu Nega Vilma e Amigos do
Rio Joana), Filipe Gonçalves (Articulador Cultural de Cachoeiras de Macacu), Claudio
Paulino (Ponto de Cultura e Ecomuseu Rural), Davy Alexandrisky (Pontos de
Cultura), Flávio Cândido (Ação Animatographo), Marjorie Botelho (Ponto de
Cultura e Ecomuseu Rural), Antônio Firmino (Museu Sankofa da Rocinha) e Ana
Cristina Valle (SIM – RJ).
Todos
os presentes se organizaram no formato de um círculo, que foi aumentando ao
longo do encontro. A reunião começou com a apresentação de Mário Chagas, que em
seguida agradeceu a presença de todos e ao Museu da República, por ter cedido o
espaço para o encontro, apontando a disponibilidade do local para novas
reuniões da rede. Em seguida, todos prosseguiram com a apresentação.
Após
apresentação de todos os presentes supracitados, Mário retomou a palavra
enfatizando a sintonia do encontro com a última reunião do Minom (Movimento
Internacional para uma Nova Museologia), que ocorreu em 2013 no respectivo
museu, Museu da Favela e no Museu da Maré, mencionando que esse movimento no Rio de Janeiro é uma
retomada das reuniões da Rede Museu,
Memória e Movimentos Sociais, que ocorreram em 2007, com o espírito de
reunir pessoas que tinham interesses em questões relacionadas à Museologia
Social. Lembrou que esses encontros foram importantes para a conexão, por
exemplo, entre o Museu Vivo de São Bento, o Museu da Maré, o Museu de Favela, o
Museu Sankofa, e destes com
professores universitários, como Regina Abreu e Myrian Sepúlveda. Também
enfatizou que várias ações vêm acontecendo entre as iniciativas da cidade e do
estado e reconheceu a importância dessas experiências se articularem com alguma
sistemática, de modo que favoreça o intercâmbio,
a qualificação e as ações em bloco. Apresentou, ainda, o blog da Rede Museu, Memória e Movimentos Sociais, que
reúne a memória das três reuniões, bem como textos de referência do campo da
Museologia Social. Fechou sua fala sinalizando a importância de dar
continuidade a esse movimento em rede com esses novos parceiros e colocar o “carro
pra andar”. “A construção está por fazer. Nós é que vamos dizer o que vamos
fazer”, finaliza.
Felipe
Evangelista fez menção à perspectiva de atuação do Programa Pontos de Memória
por meio da articulação em rede, enfatizando a importância dessas experiências
se unirem de forma autônoma e serem capazes de promover trocas de saberes e,
sobretudo, de pautar os governos. Também mencionou sobre a existência de outras
redes de museologia social em outros estados.
Inês
Gouveia seguiu com a apresentação de uma síntese sobre conceitos e fundamentos
de rede, com intuito de equalizar o entendimento entre o grupo e ratificou a
importância de ser elaborado conjuntamente um fluxo de trabalho que contemple
as propostas de ação da rede.
Seguindo
a roda, Eduardo Bonito, do Ponto de Cultura Espaço Panorama, incentivou o
movimento proposto e falou da experiência do Fórum Estadual dos Pontos de Cultura,
que desde 2006 vem promovendo a troca de experiências entre as iniciativas. Ressaltou que é por meio dessa organização que
os grupos se encontram, apresentam projetos, acontecem trocas e intervenções
com os governos.
Eduardo
explicou que, no âmbito dos Pontos de Cultura, existem as Teias Nacionais e
regionais e as microteias. Disse que para organizar a Teia Rural – encontro dos
pontos de cultura do estado do Rio de Janeiro, que acontecerá de 5 a 8 de
dezembro, entre os distritos São Pedro da Serra, em Nova Friburgo, e Barra
Alegre, em Bom Jardim, foi criada uma comissão formada 20 integrantes
(representantes de 280 pontos de cultura) para organizar de forma independente o
evento, ainda que haja apoio da Secretaria de Cultura do estado. Declarou que o
grupo está feliz, mas também um pouco triste com a falta de apoio suficiente,
mas que é na crise que todos se fortalecem. “Dedicação em rede compensa muito.
Você cria ligações que são profissionais e pessoais, e na hora que precisa você
sempre tem alguém pra te ajudar.”
Apresentando
a proposta do evento, Marjorie Botelho explicou que a Teia Rural é o quinto encontro
dos pontos de cultura do estado do RJ e que nesta edição terá como foco a
discussão sobre as políticas de cultura para as comunidades rurais. Enfatizou
que para esse conjunto de pontos, dar destaque às comunidades rurais é de suma
importância, e se reflete no exercício do direito ao acesso a equipamentos
culturais nesses povoados. “Essa teia no contexto financeiro é um refluxo,
estamos nos organizando para conseguir o êxito desse encontro. Vamos custear passagens
e diárias para um representante de cada ponto de cultura do estado. Diante
desse cenário, essa teia se faz mais importante ainda.” Disse também que dentro
da programação da teia também se destacam temas como o “CPF da Cultura” e o “Protocolo
da Cultura” (apresentado durante a catástrofe das enchentes na Região Serrana).
Outro ponto que também será colocado em discussão, segundo ela, é como essas
iniciativas se fortalecem como movimento de cultura comunitária no Rio de
Janeiro diante dos grandes eventos como Copa, Olimpíadas. Nesse cenário,
enfatiza que a presença dos pontos de memória é fundamental. Em relação à viabilização da participação,
convidou a todos a pensar como as iniciativas de museologia social garantirão
sua participação. Dentro da logística local, disse que há espaço para participação
de 25 representantes, tendo em vista que a Teia está sendo feita num cenário de
muita precariedade. “Temos o problema da mobilidade na região e propiciar essa
vivência aos participantes também é importante, para que vivenciem a realidade
das comunidades rurais do estado do Rio de Janeiro. Essa é uma estratégia de sensibilizar
os atores, para quando pensar em políticas de públicas.”
Marjorie
também salientou a importância da presença dos Pontos de Memória no momento da
entrega da carta conjunta, a ser construída coletivamente durante o encontro,
para a ministra da Cultura, Marta Suplicy, ou quem estiver representando o
Ministério da Cultura. Também combinou com os presentes interessados em participar que façam as inscrições
para a Teia por meio da equipe do Programa Pontos de Memória. Informou que
estão negociando as hospedagens comunitárias, nas casas dos moradores, por
R$50, com café da manhã, e com a rede de restaurantes locais, por R$ 16 a
refeição.
Sidney
Tartaruga ( MUF) pediu a palavra e disse que independentemente do Estado, todos
os presentes acreditam em seus trabalhos. Lembrou que a Maré puxou esse
movimento no Rio, então veio o Museu do Horto e o Sankofa, cada um com suas
diferenças e talentos. “A gente tem que fortalecer essa rede. Também atuamos
com os pontos de memória em âmbito nacional. Mandamos cartas para o Ibram.
Queremos o apoio do Estado pela excelência do nosso trabalho. O Museu da
República e o SIM-RJ estão sempre conosco. Mas o edital acaba. Vamos botar o
bloco na rua. A gente quer transformação...”
Raquel
Brum (SEASDH) falou sobre o projeto
a ser desenvolvido em dez comunidades nas quais devem ser implantadas as Unidades
de Políticas Pacificadoras (UPPS), que apresentaram a demanda de desenvolvimento
de um plano de memória das favelas. O
grupo sugeriu que ela envie a proposta do projeto para conhecimento de todos e
também convide representantes dessas comunidades a participarem do encontro da
rede.
Flávio
Cândido pediu a palavra e perguntou se poderia participar da rede por sua
iniciativa estar sediada próxima à fronteira entre Minas Gerais e Rio de
Janeiro, e a aprovação foi unânime. Informou que o esforço com o projeto de
memória em São José ocorre desde 2006. “Sempre convidamos historiadores de fora
e da região para tratar do assunto, mas precisamos de qualificação do Ibram.”
Sara
Schuabb sugeriu que a partir dos contatos dos participantes do encontro seja encaminhada
a memória da reunião e que todos passem então a se comunicar por esses emails.
Também sugeriu que as informações sobre as atividades referentes às iniciativas
poderão ser compartilhadas por meio do blog da Rede, Museu, Memória e Movimentos Sociais e posteriormente para um
grupo no facebook.
Jullyana,
do Ecomuseu Nega Wilma, informou
sobre o seminário no Museu da República a ser realizado nos dia 18 de novembro,
com desdobramentos nos dias 19 e 20 no ecomuseu. Explicou que a proposta surgiu
da necessidade da comunidade entender as propostas e a essência de um ecomuseu.
Assim, a partir do seminário pretende-se equalizar as ideias e partilhar as
teorias. Também comprometeu-se em compartilhar a programação do evento.
Cláudia
Rose atentou para a importância da rede mapear as experiências que se habilitam
em oferecer oficinas, de modo que haja cooperação de saberes. Sugeriu que esse
diagnóstico também seja utilizado para demandar os órgãos públicos quanto às
oficinas necessárias. Nesse sentido, Sara disse ter feito uma proposta de
questionário que atenderia essa demanda. Além disso, Cláudia Rose convidou a
todos para a reabertura da exposição Os 12 tempos da Maré, no sábado, dia 23 de
novembro.
Ricardo
do Ecomuseu de Ilha grande, ao se despedir, salientou que quer muito aprender
com essa rede que se forma e apontou a dificuldade de comunicação e conexão de
internet em Ilha Grande. Sobre a importância da rede: “Vamos nos integrar a
essa rede e chamar os moradores da ilha para participar. Essa conexão nos
interessa demais.”
Na
ocasião, foi definido pelo coletivo que a próxima reunião da rede será no dia 18 de novembro, às 17h, no Museu da
República, na ocasião do seminário a ser realizado pelo Ecomuseu Nega
Vilma, cuja programação se estenderá nos dias 19 e 20 no ecomuseu. Também foi discutida a importância de as
reuniões serem realizadas nos territórios das iniciativas, como meio dos
membros da rede conhecerem os trabalhos desenvolvidos por cada experiência, fortalecendo
assim o intercâmbio.
Outra questão colocada foi a necessidade desses encontros serem realizados não somente na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, mas também no interior do estado. A importância das reuniões acontecerem ora na região metropolitana do Rio, ora na Baixada e no interior do estado foi acolhida por todos.
Outra questão colocada foi a necessidade desses encontros serem realizados não somente na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, mas também no interior do estado. A importância das reuniões acontecerem ora na região metropolitana do Rio, ora na Baixada e no interior do estado foi acolhida por todos.
Para
articular os contatos e ações nesse primeiro momento de formação da rede foi
criada uma espécie de núcleo operacional, aberto à participação de todos, mas formado
a princípio pela equipe do Programa Pontos de Memória no Rio de Janeiro,
formada por Inês Gouveia, Felipe Evangelista e Sara Schuabb, Mário Chagas, do
Museu da República, Jullyana, do Ecomuseu Nega Vilma, e Luiza, do Centro
Cultural Cartola. Este grupo está responsável em organizar a articulação dos
representantes da rede na Teia Rural. No que se refere ao fluxo de trabalho,
Inês Gouveia sugeriu que esse núcleo
operacional seja sempre alterado, de acordo com as pautas estabelecidas pelo
coletivo. Retomou a importância de construirmos uma sistemática e fluxo de
comunicação como meio de garantir que os que não puderem participar de uma
reunião, acompanhem o rumo dos debates e compareçam à reunião seguinte.
Na
ocasião, Wellington Lyra e Filipe Gonçalves compartilharam com o grupo o
interesse na criação de um museu da umbanda em Cachoeiras de Macacu. A questão
ficou para ser debatida nas próximas reuniões, com a perspectiva de que se
criem grupos temáticos e de trabalho para discutir e atuar em diversas frentes.
Wélcio de Toledo também destacou a importância da formação de redes temáticas
para trabalhar questões como memória e gênero, memória afro-brasileira, dentre
outros. De todo modo, Mário Chagas se colocou à disposição para fazer uma
oficina para apoiar a iniciativa.
Ao
final, foi combinado que a memória da reunião seria publicada no blog da Rede Museu, Memória e Movimentos Sociais
e encaminhada por email para todos os participantes do encontro. A reunião
terminou às 18h30.
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